Algoritmos: como funciona a caixa preta que define o que vemos ao acessar uma rede social

 

Imagem de Gerd Altmann por Pixabay

A caixa-preta dos algoritmos das redes sociais molda silenciosamente o que cada pessoa vê em seus feeds. O funcionamento desses sistemas afeta não só preferências, mas também a percepção de realidade, as decisões políticas e até as emoções dos usuários.​

Os algoritmos de recomendação analisam padrões de consumo e grupos de interesse, conhecidos como “comunidades de gosto”. Ao invés de prever escolhas individuais, eles observam o que as pessoas com perfis semelhantes consomem e sugerem conteúdos baseados nesse agrupamento. Isso cria recomendações altamente personalizadas, mas não necessariamente baseadas em mérito ou qualidade – e sim naquilo que mantém as pessoas engajadas por mais tempo.​

Toda ação nas redes sociais é monitorada: curtidas, comentários, tempo em cada publicação ou vídeo. Testes são executados constantemente para descobrir qual conteúdo gera mais engajamento. Dessa forma, o feed se torna um espelho das preferências digitais, mas construído a partir de escolhas feitas por algoritmos que priorizam o envolvimento do usuário sobre a diversidade ou a qualidade do conteúdo.​

Plataformas priorizam conteúdos que geram fortes emoções ou polêmicas, além de formatos como vídeos curtos e transmissões ao vivo. Isso amplia o tempo de permanência dos usuários, mas alimenta um fenômeno preocupante: as bolhas informacionais. Tais bolhas limitam o acesso a pontos de vista diferentes, reforçando opiniões já existentes e dificultando a exposição a novas perspectivas.​

A lógica dos algoritmos é mantida sob sigilo por grandes empresas de tecnologia, o que dificulta sua fiscalização e regulação. Recentemente, discussões judiciais e políticas – como decisões do Supremo Tribunal Federal sobre responsabilidade de plataformas – ampliaram o debate público sobre a necessidade de maior transparência e controle do impacto dos algoritmos no cotidiano digital.​

Entender as “caixas-pretas” algorítmicas é fundamental para navegar de modo mais consciente nas redes sociais. Embora tecnologias de recomendação sejam úteis para oferecer conteúdo relevante, é preciso reconhecer seus limites e impactos sociais, incluindo a criação de bolhas, manipulação do engajamento e ocultamento da diversidade de opiniões.

Leia o artigo completo no The Conversation

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